Como desenvolver habilidades de UX design no seu time de produto.
Como desenvolver habilidades de UX design no seu time de produto.

Como desenvolver habilidades de UX design no seu time de produto

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Pensar na experiência do cliente e usuário não deveria ser uma preocupação apenas do time de design e atendimento. A experiência positiva deve acontecer desde o primeiro acesso ao site, contato com vendedores, atendimento, compra, uso e também no pós-venda. As melhores experiências para o cliente/usuário são aquelas que acontecem de forma consistente ao longo de TODOS os pontos de contato com a empresa.

Para desenvolver essas habilidades de UX em todo o time, é necessário que a empresa tenha na cultura além de um pensamento “centrado no usuário e cliente”, uma visão sistêmica e entendimento do contexto das outras áreas e uma boa dose de “cultura do erro”, para permitir que os times de produto explorem possibilidades e aprendam com seus experimentos. Ter essa abertura para errar e aprender não somente no discurso faz com que o time consiga propor maneiras diferentes de fazer algo e propiciar espaço para gerar ideias “fora da caixa”.

O que é preciso para transformar a cultura para uma cultura focada na experiência do usuário?

Independente de você ser designer ou não, ou de a empresa ter muitos ou poucos designers, isso não é desculpa nem pré-requisito para que a cultura de UX design seja disseminada. As culturas criativas crescem na colaboração e na liberdade de trocar informações. Isso não significa que só pode acontecer com empresas novas ou startups, porém para que tenha êxito nessa mudança de mindset, é preciso que a empresa esteja disposta a remover as barreiras mentais ou crenças já estabelecidas que impedem as pessoas de fazer diferente.

Caso você seja um líder e está procurando formas de implementar uma cultura de UX design, a ideia desse post é trazer diretrizes para te auxiliar no processo de desenvolvimento de habilidades de UX design no seu time de produto. Confira alguns comportamentos essenciais para que isso aconteça:

1. Trabalhar de forma colaborativa

Uma forma de implementar culturas colaborativas é por meio da união de times multidisciplinares, juntar equipes com pessoas de áreas diferentes agregam muito, principalmente falando em melhoria de um produto, já que é possível ter insights de profissionais com visões distintas.

Construir uma relação de confiança mútua no time através de atitudes transparentes nas comunicações, do compartilhamento de conhecimento, e da resolução de conflitos de forma construtiva, são a base de uma relação colaborativa. E por fim, comemore os sucessos e avanços da equipe nessa mudança, isso ajudará a manter o time engajado no processo de evolução da cultura.

2. Envolver os líderes da empresa

O UX design não é algo que funciona apenas como discurso: precisa estar presente em todos os processos da empresa. O usuário não deve ser só um problema da equipe de design, e sim da empresa toda, e os líderes têm um importante papel no processo de disseminar a cultura de UX nas empresas. 

Os líderes precisam estar à frente desse movimento apoiando e participando ativamente de todos os processos e rituais novos. Se os líderes não mostrarem que isso é importante, será muito difícil que o restante da equipe tenha força para mudar algo já estabelecido.

3. Compartilhar conhecimentos e experiências

A cultura de UX cresce na colaboração e na liberdade de trocar informações, organizar rituais para nivelar conhecimento entre o time é muito rico para que todos tenham a mesma visão com relação a experiência do usuário e cliente. 

Pode-se criar na agenda um bate papo (com frequência estabelecida) com pessoas de vários times, por exemplo, um encontro com um CS pode trazer pontos que os clientes mais levantam sobre o produto, em outro um UX designer pode compartilhar resultados de um teste de usabilidade.

4. Treinar a equipe

Para capacitar times com habilidade de UX e realizar treinamentos, algumas empresas podem enfrentar muitos desafios como por exemplo: bloqueios internos, falta de tempo, liderança que não percebe valor do UX, e uma cultura que não está aberta para o “novo” ou diferente.

Se seu time apresenta alguma dessas objeções não significa que não está preparado para aprender mais sobre experiência do usuário, mas é importante que as pessoas envolvidas mesmo com objeções queiram a mudança, caso contrário será difícil, mesmo com treinamento implementar processos e aprendizados novos.

Desenhando um programa para ampliar as habilidades de UX dos times e mudança de cultura nas empresas

Aqui na Cats criamos e aperfeiçoamos nos últimos anos um programa chamado Supernova UX Culture. Nesse programa trabalhamos com um mix de treinamentos de hard e soft skills, mentorias e ‘missões’ práticas que se conectam com problemas reais da empresa e de sua cultura. 

Mudar uma cultura é um processo que pode levar anos, e nem todas as empresas abraçam o UX design da mesma forma, com a mesma intensidade para que o pensamento e práticas circulem entre os times de forma efetiva e colham seus resultados. 

Existem inúmeros modelos que avaliam o nível de maturidade em UX, como o do Nielsen Norman Group e tantos outros, na Cats usamos nossa versão adaptada que vai do 1- Ignorado, passando por 2- Discutindo, 3- Aderindo, 4- Realizando ao 5- Distribuído:



Para entender qual a melhor abordagem para evoluir a cultura e as habilidades em relação ao UX, o primeiro passo é entender onde se encontra, diagnosticar as perspectivas da liderança e dos times sobre o assunto, além de mapear os processos atuais e as barreiras. Em linhas gerais, quanto mais cedo a visão de UX aparece no processo de desenvolvimento de um produto, mais madura é a empresa.

Os pilares fundamentais do programa Supernova para transformação da cultura UX, é baseado em práticas da andragogia (educação para adultos) e utiliza fundamentos de autores referência em cultura organizacional como Dave Gray, Daniel Coyle, Richard Barret e Frederic Laloux. Bora entender um pouco mais:

1. Busca pelo comprometimento e interesse genuíno

Uma das premissas da mudança de cultura de uma empresa é que as pessoas QUEIRAM que isso aconteça, por isso o comprometimento genuíno é indispensável e para gerar esse comportamento. É necessário uma ativação e onboarding bem feitos, trabalhando junto aos times com o significado do movimento, conectado com um propósito claro ligado aos valores da empresa. Vale fazer uso aqui também do chamado “choque de realidade”, trazendo a visão do que o mercado e concorrentes estão fazendo lá fora em relação à experiência para despertar o interesse em entrar no barco da transformação.

2. Missões práticas, desafios reais e relevantes

As missões são desafios reais que desenvolvem a autonomia e empoderamento do participante em relação às técnicas e métodos de UX. Por esse motivo é essencial que sejam práticas conectadas a problemas relevantes, tornando a problemática realista e aumentando o engajamento.

3. Gamificação do processo de treinamento

A gamificação é o processo de aplicar elementos de design de jogos em outros contextos para envolver e motivar as pessoas a atingirem determinados objetivos e inclui uma dose a mais de engajamento. Pode ser explorada no desempenho dos times em tarefas práticas deixando o movimento mais leve com essa camada de ludicidade que se faz com o uso de metáforas, pontos, times e rankings. As experiências gamificadas costumam engajar mais os participantes porque ajudam a liberar dopamina no cérebro, que é o neurotransmissor associado ao prazer, motivação e recompensa.

4. Desenvolvimento de influenciadores internos

Os influenciadores da cultura UX em uma equipe de produto pode incluir gerentes de produto, UX researchers, UX designers, desenvolvedores, e qualquer agente que acredite e se responsabilize em levar/reforçar para o seu contexto e colegas o processo do design “sustentando a chama do UX acesa”. Definindo o importante papel dos influenciadores é possível manter usar esta camada para alimentar a motivação do time e ter alguém com olhar crítico de “backstage” na identificação de gargalos e barreiras no dia a dia a serem trabalhadas durante o movimento de transformação da cultura.

5. Indicadores para medir a evolução da cultura UX

OKRs (Objectives and Key Results) e KPIs (Key Performance Indicators) são ferramentas usadas para medir o progresso e o sucesso de várias áreas de negócio. Os objetivos no treinamento de habilidades de UX são os resultados que a empresa deseja alcançar, e devem sempre ser específicos, mensuráveis, alcançáveis e com prazo definido. Os KPIs são métricas específicas usadas para acompanhar e avaliar como está o progresso em direção ao alcance dos objetivos. As OKRs e os KPIs são importantes para tangibilizar a mensuração de práticas e a evolução da cultura UX na empresa. 

Case Vista: desenvolvendo a cultura de UX

A Vista é uma empresa de base tecnológica sediada em Florianópolis com perfil inovador, dinâmico e eficiente. A empresa atua em mais de 20 estados e possui cerca de 40.000 usuários ativos. O propósito da Vista é apoiar imobiliárias e corretores de todo o Brasil a inovar e gerar novos negócios.

O programa Supernova na Vista, começou com um workshop com os fundadores e em seguida foram realizadas entrevistas individuais com os líderes de cada área para entender suas percepções em relação ao UX/CX

A fase de DIAGNÓSTICO envolveu conversas com os fundadores e líderes para entender o cenário da empresa e contexto dos produtos, além de investigações sobre os processos existentes, sobre o papel das áreas e dos times, além de um “raio X” sobre a instituição sobre práticas de UX.

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O ponto de partida foi primeiro entender o motivo por terem buscado o Supernova e as expectativas de resultados com este movimento. Após isso, o programa começa efetivamente, é o momento onde fazemos o onboarding dos participantes, no caso da Vista mandamos emails de aquecimento para preparar o pessoal para o “Dia D” – onde cada um reflete sobre o nível de maturidade que se encontra a empresa.

Foi feito um evento para marcar o início, com um exercício inicial de auto avaliação sobre nível de maturidade em UX  e também uma palestra de sensibilização da importância do UX ser uma missão de todos – afinal quem faz o programa dar certo são as pessoas da empresa, nós facilitamos com ferramentas e propiciando um ambiente para que isso aconteça.

As etapas da aplicação do Supernova UX Culture

Etapa 1 – UX/CX e hard skills

A ideia do primeiro workshop é ser a base de conteúdos técnicos para que todos da empresa fiquem na mesma página com relação ao UX. 

Abordamos conteúdos e práticas de design thinking, UX, usabilidade, inovação, processo de UX, pesquisa e imersão, ideação, prototipação, toolbox (ferramentas), Usuários extremos, Matriz CSD, Questionários, Entrevistas, Personas, Jobs to be done e jornada do usuário.

Ao fim do dia, a “Missão 1” foi entregue para cada time. A missão é uma prática relacionada ao conteúdo abordado no workshop. Fizemos reuniões remotas com as equipes para ajudar com as dúvidas, durante essa semana também fizemos alinhamento com o CEO da Vista para uma talk no workshop seguinte.

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Etapa 2 – Soft skills e cultura

Esse workshop é focado em trazer mais um pouco de conhecimento e trocas como: Inovação, Processo de ideação, Tendências e tecnologias, Técnicas para condução de workshop criativos, Prototipação, Validação de ideias e produtos mas também em explorar o comportamental: com soft skills, para o entrosamento do time. Na Vista, esse dia foi fundamental para eliminar barreiras invisíveis e engajar o time no mesmo propósito, o CEO fechou o dia com um talk bem bacana compartilhando a visão e a importância de todos estarem fazendo juntos o processo.

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Entregamos a “Missão 2” para as equipes e a atividade era relacionada com o conteúdo desse work.

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Etapa 3 – Processos, influenciadores e mentorias

Momento para apresentar a  “Missão 2” e compartilhar as dificuldades e ganhos durante a execução. Foi dado o start na “Missão 3” que era a etapa para validar o que foi construído anteriormente. Durante a semana seguimos com a mentoria para dúvidas e acompanhamento das atividades.

Ao final dos workshops e das missões fizemos alguns touchpoints com os fundadores, líderes e também time e tivemos um resultado bem positivo e algumas mudanças já foram implementadas em bem pouco tempo após o Supernova.

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Os principais ganhos da transformação da cultura UX 

1. A experiência do usuário / cliente passa a ser compreendido como um trabalho de todos

Ajuda os designers a se concentrarem mais no panorama geral e nos desafios de design mais complexos, enquanto os desenvolvedores podem ser responsáveis por  pequenos problemas de UX que conseguem resolver sozinhos.

2. Melhora a compreensão do time sobre o trabalho do UX designer

As pessoas que não são UX designers passam a ter mais noção da importância de entender os usuários e clientes e as discussões são mais produtivas. O time não irá mais se prender aos “achismos” do “eu acho que faz mais sentido assim”, e sim, “conforme a pesquisa, isso faz mais sentido para o usuário”, além de colocar todo time na mesma página com relação a importância do processo.

3. Mudança do mindset e processos centrados no usuário de forma estratégica

Os times ao entender a importância de conhecer as reais necessidades dos usuários para o sucesso do negócio, passam a incorporar a pesquisa, a prototipação e as validações como algo regular ao processo e não somente quando “sobra tempo”. A empresa passa a ver a importância de colocar os usuários e clientes no centro das decisões, trazendo essa camada para o direcionamento estratégico e colhendo os resultados da diferenciação de valor no mercado.

A partir das experiências emocionais geradas por um movimento consciente para transformação da cultura UX  – uma vez absorvido e entendido por todos (ou pela maior parte da empresa) a relevância do UX como diferencial competitivo – temos um primeiro passo importante: a “mudança de crença” e o desejo pela mudança.

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Logo em seguida, os treinamentos técnicos, workshops, palestras, cursos e práticas sobre o tema são indispensáveis para desenvolver as habilidades de UX nos times. Porém é importante ressaltar que parte dessa mudança se constrói também com o redesenho de processos, com a criação de novos rituais, com a repetição das aplicações práticas, ou seja com os comportamentos que farão com que os resultados sejam alcançados de forma consistente.

Se você é líder e busca capacitar e desenvolver habilidades de UX nos seus times, vem conhecer mais sobre o Supernova UX Culture da Cats.

Esse case foi acompanhado e relatado por:

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Como desenvolver habilidades de UX design no seu time de produto
07 mar 2023

9  Min Leitura

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