O objetivo desse post é falar sobre os três pilares da cooperação no contexto de produtos digitais: negócios, pessoas e tecnologia. E a importância de interligar esses pilares para que o produto atenda às necessidades pessoas usuárias, os objetivos de negócio e a viabilidade técnica.

Nós da Catarinas, entendemos que pensar na experiência do usuário não deveria ser uma preocupação apenas dos UX designers, e sim de todo o time de produto. E que para oferecer uma boa experiência para as pessoas usuárias é preciso ir além de se preocupar com onboarding, usabilidade e uma interface bonita.

É essencial integrar stakeholders, time de desenvolvimento e UX designers desde o começo, nas decisões estratégicas, o que para a maioria das empresas é um grande desafio. Na prática, existem uma série de bloqueios internos para que isso aconteça nas empresas, como falta de tempo, liderança que não percebe valor do UX design ou mesmo questões relacionadas à cultura. 

Porém se a empresa já está madura a ponto de ter uma equipe interna ou uma consultoria de UX, fica muito mais fácil implementar processos integrando desenvolvimento com o time especialista em UX.

E como integrar os times e deixar o processo mais fluido?

1. Definir com clareza os papéis e as responsabilidades de pessoas desenvolvedoras e de  UX designers

No início, pode acontecer travas e dificuldades, por falta de alinhamento e definição clara de papéis. Se não criarmos um vínculo entre os envolvidos no processo de desenvolvimento do produto, os times passam a trabalhar de forma isolada, e acabam não tendo conhecimento do todo.

O ideal é que fique claro que todos estão trabalhando juntos, com um objetivo em comum: entregar um sistema que supra às necessidades das pessoas usuárias, seja eficiente, visualmente coerente e atenda os objetivos de negócio. 

2. Envolver os times na descoberta da dor das pessoas usuárias

Na nossa experiência como empresa UX, é comum que stakeholders e pessoas desenvolvedoras tenham hipóteses sobre como o produto deve ser e quais são as dores das pessoas usuárias. Mas sem uma pesquisa bem estruturada e a inclusão da etapa de discovery, haverá pouco conhecimento sobre a real dor das pessoas usuárias, e teremos muitas hipóteses e poucas certezas.

Nesse momento é indispensável que todas as pessoas envolvidas no projeto estejam engajadas no processo de pesquisa. O time de desenvolvimento pode trazer hipóteses e dúvidas que tenham para o roteiro de pesquisa. 

Caso o time tenha o desejo e disponibilidade, poderá participar ativamente, comparecendo às sessões de pesquisa, mediando entrevistas ou observando a aplicação. Com isso, o time de desenvolvimento perceberá na prática, as dores das pessoas usuárias e o que elas pensam sobre o produto. 

Mas para manter o engajamento do time de desenvolvimento, o ideal é que participem da apresentação da pesquisa, e se atentem aos resultados que foram encontrados. Aqui é oportuno que todos dos times empatizem com as dores das pessoas usuárias, e entendam o direcionamento que poderá ser encaminhado ao produto. 

Posteriormente é importante ter os insumos da pesquisa sempre em mãos, para que as decisões sejam centradas nas pessoas usuárias. E o time de desenvolvimento, também poderá consultar o resultado da pesquisa, personas, jornadas, snaphots de entrevista e demais recursos que tenham sido gerados.

3. Cocriar juntos as soluções

A cocriação é o momento em que já se tem uma visão sobre qual problema se quer resolver, diante de possibilidades de solução tão diversas. Trata-se da fase ideal para estressar o “como” resolver o problema da forma mais eficaz. 

As pessoas profissionais de UX Design são habituadas a processos criativos, e a consultoria de UX pode ajudar a facilitar este processo para que o time de desenvolvimento também pense “fora da caixa”.

E ter o time de desenvolvimento envolvido, agrega ao resultado final ter insights de profissionais com visões distintas. A cocriação torna-se mais frutífera quando envolve equipes multidisciplinares, pois proporciona ver soluções de ângulos diferentes, e definir uma solução viável e assertiva.

Nesse ponto, o time de desenvolvimento pode comentar a viabilidade técnica, possibilidades de execução e o esforço para implementar a solução.

4. Realizar testes de usabilidade com a participação de designers e pessoas desenvolvedoras

Uma vez que se entende qual o real problema e já foram geradas ideias e protótipos para concretizar a solução, é o momento de testar os produtos e fazer o refinamento da usabilidade e ajustes na proposta para potencializar o valor da entrega. 

Isso é feito por meio de testes de usabilidade, que na prática consiste em um roteiro para avaliar a facilidade de uso e eficiência do sistema, tendo como base protótipos ou o próprio sistema implementado. Essa é uma excelente forma de verificar como o produto funcionaria num cenário real, com pessoas reais. 

Aqui na Catarinas já realizamos testes convidando as pessoas desenvolvedoras para estarem presentes, e tivemos excelentes resultados. Porque ao final, o time de desenvolvimento pôde levar suas dúvidas técnicas, e compreender melhor o cenário, de forma a esclarecer de forma mais assertiva quais eram as iterações para melhorar e corrigir o produto, levando o desenvolvimento a um nível cauteloso em relação à experiência do usuário.

Garantir a boa experiência de pessoas usuárias na interação com produtos depende de diversos fatores que vão além do que é apresentado nas interfaces. Existem questões técnicas que o time de desenvolvimento poderá compreender com mais propriedade. Quando ele participa dos testes e ouve o que as pessoas têm a dizer, poderá contemplar estas melhorias técnicas no front-end e back-end, a fim de potencializar a boa experiência e usabilidade do produto.

5. Fazer um bom handoff

Ao final do projeto acontece a “passagem de bastão” do time de Design para o time de Desenvolvimento. Chamamos essa etapa de handoff. Tudo o que é gerado pelo pelo time de UX em algum momento chega nas mãos do time de desenvolvimento. 

Nessa etapa, todas as informações e entregáveis devem estar bem organizados. Quando é e se possível, indicamos uma reunião para a passada de bastão, onde pode-se tirar todas as dúvidas, e encontros periódicos para acompanhar o desenvolvimento.

Aqui na Catarinas Design usamos o Figma para conceber wireframes, protótipos e interfaces. Atualmente, este software conta com funcionalidades que auxiliam o time de desenvolvimento a acessar as especificações de design.

Além disso, materiais como design system contam com outras especificações feitas por designers, a fim de relatar como o componente é construído e quais estilos que o compõem. Este detalhamento pode conter insumos de acessibilidade, caracterização, uso e aplicação.

No cenário de consultoria UX, os contextos e relações com times de desenvolvimento mudam de acordo com cada cliente. Apesar de seguir uma lógica similar orientada por boas práticas, o time de UX tem o cuidado de compreender o time de desenvolvimento e personalizar o handoff para que fique fácil e prático de ser entendido e consumido Por isso é essencial cultivar e manter uma boa comunicação entre os times, para que essa etapa ocorra de uma maneira fluida e organizada.

Neste ponto a consultoria precisa ter uma compreensão básica do trabalho das pessoas desenvolvedoras, para entender o  que é possível ser feito e otimizado. Manter o envolvimento nesta fase do processo de design garantirá que o UX do produto seja implementado exatamente como desejado.

Considerações Finais

Realizar esses movimentos de integração (mesmo que ele não ocorra de um dia para o outro) irá ajudar a construir soluções melhores. Uma das premissas da Cats em todos os projetos é que sempre haja um alinhamento estratégico que torne claro os objetivos do projeto, do negócio e do produto, para que o andamento seja orientado para soluções que tragam retorno. 

Esse retorno torna-se factível quando todos os times estão bem alinhados e engajados, trabalhando em conjunto para entregar valor para o produto. A integração entre o time de desenvolvimento interno, com o time da consultoria de UX é essencial para que o projeto tenha sucesso.

Assim, são formadas parcerias e articulações  estratégicas, trabalhando com objetivos em comum e unindo forças para criar melhores experiências. Dessa forma a empresa torna-se mais relevante e percebe o que é necessário para crescimento do seu negócio.

Quer saber mais sobre e entender como a nosso consultoria pode impulsionar o UX em seu negócio? A Catarinas traz um repertório de práticas e vivências que apoiam e aceleram a realidade da experiência do usuário na sua empresa. Agende um bate papo com nosso especialista.