Se você trabalha com projetos para seres humanos, certamente já deve ter se deparado com alguma dúvida existencial durante o processo de desenvolvimento. Caso você faça parte do time dos apaixonados por pesquisas com usuários, ou ainda, mesmo que você nunca tenha feito uma pesquisa na vida, mas se interessa pelo assunto, esse post tenta trazer um comparativo de ferramentas e quando utilizá-las.

Cada vez mais percebemos o mercado descobrindo o valor de se pensar na experiência do usuário (o/), e a premissa básica para projetar para esse camarada tão importante em nossas vidas, é que definitivamente precisamos conhecê-lo (aproveite e confira esse post).

 “Pesquisa é um estudo sistemático para estabelecer fatos.” Kim Goodwin

Para isso temos as pesquisas com usuários e as suas infinitas possibilidades. Mas e quanto aquelas dúvidas básicas que surgem no processo:

• Qual o melhor método de pesquisa para cada projeto?
• Como escolher uma ferramenta?
• Em quais situações aplicar?

O livro “Designing for the Digital Age” é uma boa referência para quem quer estudar um pouco mais sobre o assunto e sobre muitos outros relacionados à experiência do usuário.

Neste livro, a autora Kim Goodwin traz um levantamento de algumas da principais ferramentas de pesquisa e quando devemos ou não aplicá-las.

Confiram um apanhado geral:

1) Questionários

Bom para
Entender questões demográficas do mercado. Levantamento de informações gerais de sobre um público alvo como sexo, faixa etária, escolaridade e afins, dados que (juntamente ao resultado de outras pesquisas) podem servir de base para criação das personas do projeto.

Ruim para
Entender o que projetar ou como um produto/solução deveria se comportar.

2) Focus group

Bom para
Obter feedbacks rápido sobre a viabilidade de uma ideia. Bom também para analisar reações sobre questões estéticas.

Ruim para
Entender comportamentos e as diferenças entre indivíduos.

3) Teste de usabilidade

Bom para
Identificar problemas e dificuldades existentes em uma interface.

Ruim para
Entender o que projetar ou como um produto/solução deveria se comportar.

4) Medições quantitativas de tarefas específicas

Bom para
Validar questões e dúvidas derivadas de princípios de design, como por exemplo quão grande deveria ser um botão em telas de toque para determinadas situações.

Ruim para
Entender o que projetar ou como um produto/solução deveria se comportar.

5) Entrevistas individuais

Bom para
Entender como indivíduos pensam. Melhores resultados quando a entrevista é aplicada em consumidores e não em usuários.

Ruim para
Análises que precisam minimizar equívocos nas reportações individuais. Também não se recomenda a utilização quando há a necessidade de captar detalhes comportamentais dos usuários.

6) Observação direta (etnografia)

Bom para
Compreender como as pessoas se comportam em seu contexto real de uso. Boa ferramenta para se obter pistas físicas sobre as tarefas realizadas e sobre problemas que podem estar acontecendo.

Ruim para
Interpretar comportamentos e entender como as pessoas pensam.

7) Entrevista com observação

Bom para
Entender como as pessoas se comportam em seu contexto real de uso e porque eles se comportam dessa forma. Ferramenta ideal para a maioria das circunstâncias.

Ruim para
Levantar dados demográficos de mercado.

Para conhecer melhor as ferramentas e seu contexto de uso, não deixem de dar uma olhada no livro da Kim Goodwin, que traz muito da sua experiência de trabalho na empresa do Cooper em suas 700 e tantas páginas 🙂

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