O design thinking é uma abordagem que se baseia no pensamento sistêmico para explorar e projetar cenários futuros ideais, com foco na resolução de problemas complexos.
E a razão pela qual o design thinking se tornou tão importante atualmente, foi a constatação que as formas tradicionais de resolução de problemas se tornaram obsoletas e limitadas.
Pensar de forma criativa, estratégica, humanizada é uma abordagem que as empresas estão adotando cada vez mais para um processo de sucesso nos negócios digitais.
Segundo Tim Brown, entusiasta que contribuiu para difundir o design thinking pelo mundo “Sempre que estamos moldando o mundo para atender as nossas necessidades, estamos projetando. Sempre que estamos sendo intencionais sobre como queremos moldar o mundo, estamos embarcando em algum tipo de processo de design.”
O processo do design thinking
O processo do design thinking permite que de forma colaborativa sejam projetadas soluções que atendam as pessoas e não soluções que o time acredita que deveriam ser implementadas.
O foco inicial é no entendimento do problema. E a partir de diversas perspectivas, é possível ampliar o olhar em relação ao que precisa ser resolvido de forma mais completa. Além do mais, quando contamos com várias pessoas com pontos de vista diferentes, podemos encontrar soluções “fora da caixa” que possibilitem a inovação.
Para isso, busca-se entender para quem estamos projetando e quais são as maiores dores, necessidades e desejos. Identificar esses momentos, servirá para esboçar ideias e possíveis soluções para validar se o que estamos propondo faz sentido para quem vai usar antes mesmo de desenvolver o produto ou serviço. Isso nos permite antecipar possíveis desperdícios de recursos e evitar problemas futuros.
Etapas do design thinking
As etapas do thinking incluem empatia, delimitação, ideação, prototipação, testes e implementação. No início do processo (entendimento) realiza-se pesquisas para entender os usuários e identificar pontos mais problemáticos.
Com essas informações, na etapa de explorar, gera-se insights e tangibiliza-se as ideias mais promissoras por meio de protótipos. O próximo passo é realizar testes com usuários para validar se a solução atende e no caso de estar no caminho certo é feita a última etapa de implementação.
1. Empatia
A fase da pesquisa serve para entender para quem iremos projetar a solução.
E nesta fase os designers devem deixar de lado suas próprias crenças e suposições, adotar um comportamento empático e “calçar os sapatos” do usuário.
Dessa forma, é possível compreender os sentimentos, perspectivas, o que eles fazem, dizem, pensam, o que os motiva ou desencoraja e quais seus objetivos ao interagir com um produto ou serviço.
2. Delimitação
É o momento onde deve ter uma definição clara das necessidades e problemas do usuário, de acordo com o discovery feito. O objetivo dessa etapa é a partir do que foi visto em campo, organizar e dar sentido aos dados coletados.
3. Ideação
Na ideação, pode ser feita uma uma sessão de brainstorm para olhar o problema de todos os ângulos e gerar o máximo de ideias possíveis (ainda não é o momento de limitar ou pensar em viabilidade técnica).
Após esse momento, aqui na Catarinas nós usamos geralmente um “dot voting” onde as pessoas que estão na sessão ganham 3 adesivos (cada adesivo representa um voto) e todos votam ao mesmo tempo ( é possível votar na sua própria ideia ou colocar 2 ou 3 adesivos na mesma ideia, se a pessoa entender que aquela ideia é tão boa que merece mais de um voto).
As ideias mais votadas passarão para a fase de prototipação.
4. Prototipação
Os protótipos são uma representação tangível das ideias que foram consideradas as melhores na etapa anterior. Nessa fase é onde desenvolvemos uma versão prévia do produto (sem precisar codar ou envolver o time de desenvolvimento). Com os protótipos prontos podemos experimentar se as soluções geradas funcionam e se faz sentido para os usuários antes de serem desenvolvidas.
5. Testes
Testar e receber feedback dos usuários é muito importante para saber se o modelo mental pensado pela equipe faz sentido para os usuários e se eles conseguem realizar as tarefas de forma fácil e com eficiência. Caso seja identificado algum problema recorrente no protótipo, recomendamos fazer ajustes e realizar mais testes até que a solução seja validada e ter uma taxa de aceitação satisfatória.
6. Implementação
É nessa etapa que acontece a versão final do produto! Depois de testar, validar sua solução com os usuários, chegou o momento de reunir todas as melhorias e “botar o bloco na rua”.
Cultura e pensamento de design
Entender o cliente / usuário e fazer disso o trabalho de todos na empresa, e não apenas da equipe de UX design, são pontos essenciais de uma cultura orientada a experiência.
Ter no centro um olhar mais para as pessoas do que somente para o produto, é o melhor caminho para obter respostas assertivas sobre os próximos passos do negócio. É importante pensar que entregar experiências incríveis é fundamental para o sucesso do produto ou serviço.
Pensar somente na funcionalidade como uma entrega de valor não faz sentido, visto que muitas empresas entregam a mesma solução. É preciso pensar em atender os usuários e clientes além da utilidade, pensar se será boa a usabilidade do produto a partir da solução gerada e também o quão desejável é a experiência e a interface do produto.
Outro ponto importante quando estamos falando de cultura e pensamento em design é melhorar a comunicação interna do time para que o processo seja mais eficiente e colaborativo. E esse é um grande desafio para as empresas, já que precisam fazer com que todas as áreas abram mão de entregar somente o produto e passem a entregar experiências em todos os pontos de contato com o cliente.
Sensibilizar da importância de colocar o cliente no centro é o primeiro passo já que as pessoas das diversas áreas da empresa possuem ideias e backgrounds diferentes.
Uma forma de sensibilizar é tangibilizar com artefatos “visuais” como persona, mapa de empatia, storyboard e jornada do cliente, jornada do usuário que ajudam a visualização de quem possui mais dificuldade de entender processos não tradicionais de concepção de produto.
Vantagem competitiva através da experiência
Se você é diretor, CEO ou dono de um negócio e está pensando em como diferenciar a sua empresa, serviços e produtos não colocou a experiência como uma possibilidade, provavelmente está perdendo uma oportunidade importante.
Para Tim Brown, uma empresa que deseja criar vantagem competitiva “não deve ser apenas praticante, mas mestre dessa arte”.
A verdadeira vantagem competitiva requer soluções não óbvias para resolver problemas. E isso só pode ser alcançado, quando encontramos o equilíbrio entre os desejos dos usuários com a viabilidade técnica e as necessidades do negócio.
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