Saber o momento exato para expor sua empresa para o mundo é algo realmente que precisa ser avaliado. Dizem que a startup tem que ir pra rua o quanto antes, e isso é verdade, mas também é necessário olhar a estratégia para saber se o você está no caminho certo. Estava lendo o livro Novos negócios inovadores de crescimento empreendedor no Brasil do Silvio Meira e muitas coisas sobre business, inovação e startups começaram a se encaixar.

Um capítulo me chamou a atenção abordava sobre “um certo conjunto de condições para ir ao mercado”, ou seja, quando se pensa em um produto no mercado, quais são os apectos a considerar:

1- Que necessidades você quer atender?

Já existe algum produto que está atendendo essa necessidade? Se sim, existe alguma oportunidade para o meu produto também? Existe alguma falha que o meu produto pode melhorar e utilizar como diferencial?

Se não, existe ninguém atendendo essa demanda, é bom analisar o motivo: se a idéia é tão inovadora que ninguém pensou ou realmente a idéia é uma furada.

2- Como vou monetizar?

Essa pra mim é a pergunta mais difícil de responder. Muitas idéias são maravilhosas até que você bote ela no canvas (como falei aqui). Já testamos idéias aqui na Catarinas que pareciam quase geniais, atendiam todos os requisitos menos o mais importante, o dinheiro. Assim concluíamos que a nossa idéia genial era uma idéia que já nascia morta. É preciso ficar atento a isso ;D

2- Como seu produto vai atender essa necessidade?

Essa parte você tem que ter claro como o seu produto vai mudar a vida das pessoas. Sugiro aqui, uma pesquisa com os possíveis usuários do seu produto onde você terá uma visão menos monolítica do seu produto. Os usuários sempre dão uma diretriz para insights e idéias que você nem havia cogitado.

3- Como fazer o usuário perceber o valor?

Mesmo que seu produto vá resolver algum problema real que o usuário tenha, ele precisa perceber o valor. Sem percepção não há agregação de valor (ao cliente e/ou usuário) que é o que queremos para poder capturar valor para o negócio. Um negócio minimamente sustentável gira ao redor da tríade GERAR-CAPTURAR-AGREGAR valor.

4- Como saber se meus custos e preços são praticáveis?

Peter Drucker ensina que qualidade é o que o cliente quer, pelo preço que ele pode pagar. Os custos do produto tem que ser bem menor que o preço de venda e os custos de aquisição pelo usuário devem estar dentro do limite que eles está disposto a pagar pelo produto.

Mesmo quando se trata de um produto essencial, não podemos achar que irá ser um sucesso. Um exemplo foi a internet  que apesar de ser uma maravilhosa invenção, muita gente só passou a utilizá-la quando os custos ficaram dentro do limite que os usuários estavam dispostos a pagar.

5- Como lidar com a competitividade no mercado?

Sempre tenha cartas na manga. Saiba que se você lançou um produto “matador”, seu concorrente pode reagir. Crie alternativas de ação caso sua concorrência faça X, Y ou Z.

Investigue seu concorrente. Descubra as vantagens, desvantagens, problemas, o que torna o produto único e como ele se diferencia.

Para ter uma startup de sucesso não existe uma fórumla mágica (aqui abordei como ter sucesso no ponto de vista do UX), mas precisa ter uma visão estratégia do seu negócio:

“Um empreendedor de verdade é APAIXONADO pelo que faz, mas não a ponto de ser viciado na empresa que criou. Ou no produto que está criando.” Silvio Meira

Olhar o produto sem olhar o ciclo de vida e as estratégias do negócio é algo que torna difícil de completar ciclo GERAR-AGREGAR-CAPTURAR valor. Se esse ciclo não for visto de forma interessante o suficiente para atrair investidores, usuários e compradores, seu produto está com sérias chances de naufragar.

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