Você vai lá e gasta milhares de horas no desenvolvimento de uma solução digital que supostamente é uma ferramenta muito útil, que visa resolver algum problema ou um gap observado no mercado. Todo um investimento não só de tempo mais também de dinheiro, equipe, energia e expectativas foram feitas, mas por alguma razão o produto tem baixa adesão ou engajamento, e o cliente não aderiu à solução! Ela simplesmente não vingou, por mais alinhado que os aspectos do negócios estivessem.
Por que isso acontece? O que houve de errado? O que faltou? Essas são perguntas que você pode ter se feito. Trouxemos aqui 5 possíveis razões que explicam porque seu software está tendo um baixo engajamento. As vezes com alguns ajustes ou mudanças você ainda pode salvar seu produto de um completo fracasso, comece identificando a raiz do problema. Confira!
“Onde foi que eu errei?!”
1) Excesso de features ou falta de foco
Esse é um erro bem comum. Na ansiedade de trazer uma solução suuper completa que vai mudar completamente a vida das pessoas as vezes acaba-se sobrecarregando a interface e com isso assustando o usuário.
Pense na principal funcionalidade que sua solução visa oferecer, o recurso principal, a essência do que você está vendendo para seus clientes. Essa funcionalidade está destacada o suficiente? O usuário conseguem em poucos segundos se localizar e executar a ação desejada? Não há nada mais frustrante para o cliente do que comprar a ideia do quanto sua aplicação é legal e não conseguir efetivar o uso. Simplifique! Tenha foco, não tente resolver todos os problemas ao mesmo tempo.
DICA #1: Tudo o que você está disponibilizando hoje é realmente utilizado? Analise as métricas de acesso ou converse com alguns de seus usuários para avaliar se não é possível remover alguma funcionalidade irrelevante ou inutilizada.
2) Complexidade da navegação / Falta de usabilidade
Outro problema recorrente é apresentar um fluxo de navegação mal projetado, não priorizando os cenários de uso e hierarquias mais comuns, e alguns outros erros de usabilidade conhecidos. Aquele fenômeno de fazer o seu usuário se sentir “burro” ao utilizar a interface de forma que ele não consiga navegar de forma fluída ou se perca com frequência sem saber onde encontrar cada elemento e o que precisa fazer para voltar atràs.
Nesse cenário você rapidamente esgotará a confiança ou a paciência do usuário gerando frustração e desconforto. Outro erro comum que acaba com a boa vontade de qualquer bom cliente é quando você cria uma navegação tão complexa e improvável, sem dicas visuais ou labels adequados, onde a única forma de conseguir usufruir das funcionalidades é sair testando todas as possibilidades e obrigá-lo a decorar os caminhos para chegar lá. Cuidado, poucos sobrevivem a essa prova de fogo.
DICA #2: Identifique junto ao seu potencial usuário qual é o cenário de uso mais comum baseado em suas necessidades mais expressivas trabalhe em cima disso. Sempre dê dicas para que os navegantes possam se localizar rapidamente, sem ter que pensar demais ou precisar tomar decisões. Seja consistente e redundante nas informações contextuais, faça que o usuário consiga supor o que irá acontecer ao clicar em determinado botão antes que ele tenha que de fato clicar. Evite surpresas!
*Confira também 10 regras de usabilidade para melhorar sua interface e 8 erros comuns de usabilidade.
3) Visual desagradável
Gosto não se discute, é verdade, mas quando estamos falando de ferramentas digitais com funcionalidades específicas e não de arte ou expressão visual precisamos trazer o bom senso para a roda! Se você está criando um software que visa resolver algum problema e que será utilizado por XYZ perfis de usuários não haja como se estivesse pintando um quadro. A escolha das cores, das fontes, da quantidade de informação e uso dos contrastes deve ser escolhido a partir de critérios focados no conforto visual (quanto mais clean, melhor! Dica de design que nunca fica velha: menos é mais pessoal!) e nas pistas gráficas (cores nos botões deem indicações para ajudar a interpretação. ex: verde X vermelho para erro, sucesso, confirmar, cancelar) que você pode explorar para facilitar a leitura.
DICA #3: Na dúvida, use cores suaves para o conteúdo principal que não irão gerar sobrecarga visual depois de certo tempo de leitura. Escolha fontes legíveis (deixe a firula para outras aplicações) e use tamanhos razoáveis. Trabalhe com espaçamento entre os elementos para dar um “respiro” para os olhos entre um elemento e outro. Use contrastes, agrupamentos e cores para dar pistas para seus usuários de como as coisas funcionam na interface.
* Veja também outros erros comuns que podem acabar com seu layout.
4) Taxonomia de difícil entendimento
Imagine um desenvolvedor explicando como funciona determinado algorítmo para uma senhora nível iniciante em tecnologia. A linguagem nesse caso pode simplesmente tornar a comunicação entre esses dois inexistente. Por outro lado, a mesma explicação talvez pudesse ser dada de uma forma totalmente diferente, com termos direcionado para leigos e a mensagem ser entregue com sucesso. Taxonomia é o estudo dos termos e expressões utilizados em uma interface, e esse deve ser sempre focado no público alvo.
Botões com rótulos inexpressivos fazem o usuário perder tempo e se desgastar na tentativa e erro. Uma chamada ambígua pode levar ao erro. Uma descrição complexa ou muito longa geralmente é simplesmente ignorada.
DICA #4: Reveja todos os textos, títulos, chamadas, labels de botões e avalie se eles estão de fato CONVERSANDO com seu usuário. Transforme seu texto em uma comunicação humana, como se você estivesse explicando para seu usuário o que cada coisa faz na interface.
5) Falta de humanidade e empatia
Uma forte tendência das tecnologias que interagem com as pessoas em seu dia a dia é que elas fiquem cada vez mais “humanizadas”. Já vemos esse fenômeno acontecer em N soluções que visam ir além de uma mera máquina executora, já que isso apenas não é mais suficiente, e passam então a oferecer uma experiência significante para seus usuários.
Se seu software ainda está oferecendo o feijão com arroz focado na atividade sem se preocupar com o usuário, está mais que na hora de rever seus conceitos. Esse erro de indiferença com seu cliente pode ser refletido na falta de feedbacks no sistema, nas mensagens robóticas, na linguagem inadequada escrita pensando apenas na visão dos desenvolvedores, nas tarefas cansativas e nada otimizadas como preencher um longo formulário, na criação de barreiras ao acesso do que realmente importa, na falta de pro atividade em antecipar informações que você pode obter sozinho e por aí vai..
DICA #5: Parta sempre do princípio que NADA é óbvio, então use e abuse dos feedbacks e tooltips, explique o que precisar, avise o que está acontecendo, deixe seu usuário sempre informado, isso o deixará mais seguro do que pode fazer em seu software. Crie interfaces amigáveis e não telas com cara de que foram feitas para desenvolvedores e especialistas em TI!
Se ainda precisa de mais argumentos sobre a importância de oferecer uma experiência do usuário incrível para seus clientes e o que o seu negócio pode ganhar com isso, confira abaixo o nosso infográfico!
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Esse case foi acompanhado e relatado por:
UX Strategist, palestrante, facilitadora e mentora com mais de 15 anos de experiência em UX.