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Case de UX Koper: Um ERP para construção civil

Iniciamos com este post de hoje uma série de publicações de Case de UX que irá...


Priscilla Albuquerque

Iniciamos com este post de hoje uma série de publicações de Case de UX que irá contar um pouco dos bastidores e cases de alguns dos projetos de ux design que trabalhamos aqui na Catarinas. Dessa forma tentaremos trazer as vivências e práticas que foram exploradas em alguns jobs e as pecularidades e desafios de cada um.

O primeiro case que trazemos aqui hoje é o projeto de UX para um sistema de ERP para construção civil, o Koper. O sistema encontra-se hoje e fase de implementação mas as etapas de validação, pesquisa, exploração e ideação em conjunto com os clientes que tiveram participação ativa ao longo das etapas do projeto, trouxe muito aprendizado para a equipe, qualificando este como um excelente primeiro candidato para nossa série de relatos.

Entrando no universo do cliente

Sempre falamos que um dos primeiros passos em nossos projetos é a chamada “imersão”. Por aqui ninguém “sai de casa” para trabalhar com o design de interação sem passar por isso.

Por esse motivo nossas reuniões de kickoff são tão importantes, é onde acontece o contato da equipe de projetos com as dores, expectativas, informações e conhecimentos vindos da visão do CLIENTE sobre o seu contexto, potenciais (ou atuais) clientes e o overview do nicho de atuação da solução que está sendo proposta como um todo.

O corpo de stakeholders do Koper era composto por dois desenvolvedores e um engenheiro, dono de uma construtora e principal entendedor da segmentação do produto. Nesses primeiros contatos nosso papel era de fato “imergir” na visão desse cliente sobre a proposta de produto que estavam para lançar no mercado, verificar quais eram os objetivos, motivações e de onde havia surgido a ideia.

Engenheiros construção civil - pesquisa de campo catarinas design

Nesse momento já conseguimos captar muitas das premissas e hipóteses que estão “na mesa” para usarmos de ponto de partida.

Sempre lembrando claro, que essas são geralmente opiniões dos stakeholders e não verdades absolutas e que sempre devem ser confrontadas no momento “get out of the building” e nas pesquisas com os usuários.

 

A segmentação do público alvo dentro das possibilidade de atuação também já era uma ideia clara para os clientes: pequenas e médias construtoras. Com este direcionamento em mãos, partimos para as etapas de investigação e pesquisas.

Pesquisando o comportamento e necessidades dos usuários

Após o start e levantamento inicial de informações, partimos para o “plano de pesquisa”, onde foram definidos os seguintes objetivos abaixo a serem validados com aplicação de entrevista com usuários dos diferentes perfis do sistema, de acordo com as funcionalidades de cada um dos módulos e para quem se destinavam.

1) Mapear quem é e como trabalha o perfil de usuário que utiliza cada um dos módulos do software

2) Descobrir quais são as maiores dificuldades relacionadas à tarefa de gerenciamento de cada perfil

3) Entender em quais cenários esses usuários utilizam o software

Foram entrevistados engenheiros civis, administradores de empresa e arquitetos, todos profissionais que atuavam diretamente em partes do fluxo de trabalho relacionado à construção civil. Era um ponto essencial para anós entendermos o fluxo de trabalho da área de construção civil (principalmente por ser um universo que não tínhamos a menor noção de como funciona) e quais os pontos da jornada e respectivas tarefas do usuário o sistema iria auxiliar, para tentar aproximar ao máximo a experiência da vida real em uma lógica de interação que fizesse referência a essa convenção e expectativa já estabelecida.

A partir dos levantamentos de informações com esses usuários, criamos as personas do projeto, as jornadas dessas personas e dessas informações vieram os insights e prioridades sobre como as funcionalidades no sistema deveriam se comportar.

Persona engenheiro civil - Projeto Koper | Catarinas Design

Construindo os wireframes e protótipos

Após compartilharmos os resultados das pesquisas com os stakeholders e alinharmos a necessidades e prioridades identificadas nas pesquisas, partimos para a etapa de ideação e construção das telas.

Os desenvolvedores tiveram contribuição significativa na construção dos wireframes e esboços, onde trabalhamos em um processo de muita co-criação multidisciplinar e com algumas reuniões presenciais fizemos um grande processo de brainstorm coletivo, alinhando as limitações técnicas do sistema e as características de integrações relacionadas à logística aos anseios dos usuários obtidos em campo.

Com o protótipo versão zero já existente pudemos levantar todas as funcionalidades (e hipóteses iniciais do cliente) em cada módulo do produto.

Protótipo versão zero - Projeto Koper | Catarinas Design
Protótipo versão zero – Projeto Koper | Catarinas Design

Após os esboços em papel feito ao vivo com a equipe de design e stakeholders, que permitiu validações rápidas das ideias e um ganho considerável de agilidade no processo, partimos para o detalhamento das interfaces.

Trabalhamos em alguns protótipos de alta fidelidade que direcionaram e validaram as ideias esboçadas deixando todas as decisões claras para todos do time. Isso ao mesmo tempo permitiu que os desenvolvedores back end trabalhassem de forma paralela durante a execução do projeto gráfico.

Uma das características que vale destacar no processo de wireframing deste projeto foi a associação visual da realidade do engenheiro que geralmente cuidava e passava diariamente por mais de uma obra ou estoque de materiais espalhados pela região de Florianópolis, ponto que foi concretizado na ideia de explorar um overview utilizando mapas e pins com o objetivo de facilitar a tomada de decisão e preparação da logística de supervisionamento desses locais de acordo com a urgência percebida.

Construção de wireframes - Projeto Koper | Catarinas Design
Construção de wireframes – Projeto Koper | Catarinas Design

 

Projeto gráfico e interações

Na etapa de conceito gráfico, exploramos uma linguagem visual para refletir a credibilidade e sobriedade que mais se adequava a linguagem à qual os usuáriso do ramo estão acostumados em suas ferramentas de trabalho.

Projeto gráfico - Projeto Koper | Catarinas Design
Projeto gráfico – Projeto Koper | Catarinas Design

Foram explorados diversos recursos visuais de rápido compreensão como gráficos, avisos e destaque de cores para informar rapidamente mensagens importantes facilitando a leitura dinâmica.

Detalhes gráficos avisos - Projeto Koper | Catarinas Design

No que diz respeito ao projeto da interatividade do sistema, buscou-se trabalhar em cima de tendências de interação do “material design”, propondo sempre usos simplificados e procurando uma boa diversidade de recursos do HTML 5. Na apresentação dos setores de estoques de materiais das obras exploramos o formato de cards permitindo arrastar para ordenar os setores de acordo com a organização existen na vida real dentro das obras ou o critério que fizesse sentido para o usuário.

Outro ponto foi incluir indicadores sobre a lotação e balanço a ser feito em cada setor.

Detalhes gráficos cards - Projeto Koper | Catarinas Design

Uma outra tarefa bastante comum verificada nas pesquisas era o gerenciamento dos setores e estoque era a frequente transferência de produtos entre uma obra/setor e outros. Por isso buscamos uma forma facilitada de permitir esse manuseio de produtos, utilizando também recursos de arrastar e visualização dinâmica de totalizadores dos estoques.

Detalhes gráficos arrastar - Projeto Koper | Catarinas Design

Como o projeto ainda encontra-se em fase de implementação, não conseguimos ainda obter resultados e métricas para analisar o seu desempenho ou feedbacks. Um próximo passo interessante seria trackear o uso, levantar potenciais ruídos e aplicar testes de usabilidade para direcionar ajustes e melhorias.

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Priscilla Albuquerque
Priscilla Albuquerque é graduada em Design de Produto pelo Instituto Federal de Santa Catarina, pós graduada no MBA em Gestão Estratégica do Design pela Univali e especialista em Design Centrado no Usuário pela Universidade Positivo. Mestre em Design na área de interações e interfaces comunicacionais pela UDESC. Diretora de negócios, UX strategist na Catarinas Design e professora em disciplinas de Design Centrado no Usuário para alunos de pós graduação. Possui 11 anos de vivência na área de projetos digitais e desde 2012 participa do IxDA (InteractionDesign Association) Florianópolis como líder local.
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