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5 Pecados em Design Centrado no Usuário

Com a prática profissional, leituras, estudos e o contato com outros designers, acabamos aprendendo e...


Di Spagnuelo

Com a prática profissional, leituras, estudos e o contato com outros designers, acabamos aprendendo e entendendo as particularidades, dificuldades e maravilhas de se trabalhar com usuários. Neste post gostaria de, muito pessoalmente, oferecer minha visão do que considero os principais pecados cometidos em Design Centrado no Usuário. São pontos a se evitar, na intenção de favorecer uma compreensão honesta, legítima e relevante sobre quem de fato interagirá com o produto a ser projetado. Assim, pontuo como sendo cinco os Pecados em Design Centrado no Usuário:

1) “Pensar” nos usuários

O equivalente ao pecado da soberba. É muito frequente e parece aceitável, mas é perigoso. Apenas pensar nos usuários (ou pelos usuários) não é o bastante. Não sendo eu mesmo o usuário, meus pensamentos, aspirações, desejos e interesses nunca darão conta dos pensamentos, aspirações, desejos e interesses dos usuários reais, de modo que quando estivermos projetando, em vez de imaginar o que seria melhor para quem vai usar o produto, que tal reunir algumas dúvidas mais e marcar uma entrevista para sanar todas essas questões?

pixels

2) Criar personas da imaginação

Personas são perfis criados a partir da reunião de informações com os usuários. Elas representam e sintetizam o público que irá utilizar o produto e ajudam a criar uma empatia valiosa entre a equipe de projeto e os usuários. Ponto. Criar pensonas da imaginação, sem pesquisa real não é inteligente, a menos que a intenção seja ter ou estipular quem seriam as pessoas para quem se vai projetar. Nesse caso chamaríamos de personas-hipótese. Estas, no entanto, são um início, não um final. Personas de verdade não são uma mera invenção.

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3) Acreditar que pesquisar é inacessível

Há casos e casos, é claro, mas no geral pesquisar é um recurso que está às mãos de todos nós. Uma pesquisa com usuários não precisa ser cara nem demorada para trazer bons resultados. Criatividade e adaptação são palavras-chave. Conversar com os usuários com um roteiro simples de entrevista numa prancheta, por exemplo, já funciona bem. Mesmo em empresas com pouca abertura para a prática da pesquisa, com jogo-de-cintura e um pouco de paciência é possível demonstrar aos poucos a importância de se projetar embasado em pesquisas.

4) Perguntar o que o usuário deseja

Quando estiver pensando no roteiro da entrevista com os usuários, perguntar coisas como: “o que você pensa disso?” ou “o que você deseja que o produto ofereça?” é muito, muito tentador, mas pouco efetivo. No geral as pessoas dizem uma coisa, mas fazem outra. Então, se for possível observar os usuários em seus ambientes de trabalho, percebendo quais são suas necessidades, isso seria um grande ganho para a pesquisa.

5) Desenvolver projetos autorais

Designers trabalham projetando artefatos para outras pessoas, quase nunca para si mesmos. Ou seja, gostos e desejos próprios não devem ser requisitos do projeto, como também não seria aconselhável adotar as tendências e estilos visuais da moda para criar um produto “dentro de padrões”, se o usuário tem seu próprio acervo visual, estilístico. Melhor deixar para os artistas o status de criadores autorais, uma vez que a arte seja, na sua mais preciosa essência a visão do artista sobre o mundo e as pessoas.

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Absolvendo os pecados

De posse da informação acima levantada, só nos resta um pouquinho de disciplina para não caírmos em tentação. Que nosso desejo primordial seja a cada dia projetar produtos melhores, mais eficazes, eficientes e satisfatórios. Afinal, os usuários merecem.

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