Desenho, logo existo
Desde os tempos mais remotos, o ser humano sempre se expressou representando o mundo a sua volta e registrando os episódios de seu dia-a-dia por meio de desenhos. Na Pré-História os ares eram ritualísticos, relacionados à caça; na civilização egípcia ganha o poder de representar as divindades e a escrita; na Grécia materializa os mitos e os grandes seres do Olimpo; com o Renascimento se consolida e se aprimora na técnica; na contemporaneidade apresenta as mais variadas nuances da alma humana, em estilos, motivos e temáticas plurais. Resumidamente o desenho sempre teve importância cultural e artística e, sem dúvida foi e ainda é uma ferramenta interessante e lúdica. Especialmente se agregado às práticas de Design.
Desenhos rupestres na Caverna de Lascaux, França
Ânfora grega ostentando uma característica técnica de pintura cerâmica
Trecho de “O Nascimento de Vênus”, do pintor renascentista Botticelli
Ilustrar é preciso: ilustrando o Design
Livros são grandes exemplos do sucesso propiciado entre a parceria Desenho-Design. Quantas obras são hoje tão conhecidas por seu belo texto quanto por suas ilustrações cheias de imaginação? “A Divina Comédia” de Dante, por exemplo, tem como uma de suas edições mais conhecidas aquela que leva as gravuras de Gustave Doré, nos meados do século XIX. No clássico “Alice no País das Maravilhas” a protagonista pode surgir alta ou baixa, esguia ou gordinha, com cabelos alvos ou castanhos, mas é na versão ilustrada por Sir. John Tenniel, de 1865, que todas elas buscam se espelhar. Olhando para outra direção, que não a do cenário editorial, também o Design de Interface demostra um grande apreço pelas ilustrações e pela ludicidade que geram. Se em algumas interfaces de um lado há a sobriedade de linhas, boxes, estruturas e divisores, do outro há a calma de representações cheias de organicidade e fluidez, leves como o próprio pensamento.
Graffiti em fachada de prédio executado pelos Gêmeos
Imagens que valem ouro
Inserir conceitos e traduzir longos textos com imagens parece funcionar bem. O famigerado ditado popular diz que “Uma imagem vale por mil palavras” e, talvez, a fala da multidão não esteja tão longe da realidade. A atenção que damos para as imagens é maior que aquela dispensada aos conteúdos escritos. Nossos olhos parecem ter sido feitos para apreciar e absorver primeiro a beleza e só depois a informação. Não é a toa que Don Norman defende os Níveis de Design citando o aspecto Visceral como o primeiro deles. Enfim, somos essencialmente viscerais, gostamos de nos encantar com o que nos surge à frente. Julgamos tudo num piscar de pestanas. E, por que não usar isso a nosso favor?
O app LayerVault tem um site visualmente rico com textos sendo complementados por imagens
SpellTower é um jogo com interface surpreendente e site idem
A famosa logo do Google usa e abusa de ilustrações para celebrar datas importantes
O contenedor de arquivos Dropbox tem como uma de suas marcas os desenhos a lápis de cor
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