Já parou para pensar como será trabalhar com a experiência do usuário daqui algum tempo? Qual será o comportamento das pessoas, como elas processarão as informações? O que vai mudar na maneira das marcas se comunicarem com os consumidores em alguns anos ou quem sabe meses?

Com a velocidade com que as coisas mudam certamente sabemos que o futuro do UX será algo diferente do que temos agora. Hoje as pessoas possuem muito mais acesso as informações do que antigamente, são mais conscientes e pró ativas além de estarem cada vez mais conectadas devido a facilidade e mobilidade que os avanços tecnológicos propiciam.

No livro “Marketing na Era Digital”, Martha Gabriel afirma que esse novo perfil de usuário passa a ter uma “presença ativa em meio as marcas”, o que na prática quer dizer que aquele consumidor que antes ficava passivamente recebendo informações sobre uma empresa ou produto, hoje vai em busca da informação que deseja, faz comparações, além de facilmente compartilhar suas opiniões com outros consumidores. É a chamada “inversão do vetor de marketing”.

E como chegamos até aqui?

Para melhor compreender essas mudanças de comportamento e utilizá-lo em nossa área de projetos focados experiência do usuário, traçamos um paralelo entre a evolução do marketing e do UX, que por definição se assemelham em sua busca por satisfazer as necessidades e desejos dos usuários/clientes.

A cada mudança no comportamento da sociedade, que é diretamente influenciada pelos avanços tecnológicos (como o surgimento da internet por exemplo, que mudou drasticamente a forma com que interagimos com as informações), o marketing ao estudar estes comportamentos propõe novas formas de transmitir suas mensagens.

Em um breve resumo baseado nos conceitos de Philip Kotler, estudioso do marketing, temos o seguinte quadro evolutivo onde vemos reflexos diretos no modo como trabalhamos o user experience:

Agora nos encontramos na era do “Marketing 3.0”, onde os consumidores são altamente conscientes e passam a escolher empresas cujos valores sejam compatíveis com os seus e que satisfaçam também suas necessidades de justiça social, econômica e ambiental.

Como por exemplo, um amante dos cães, defensor dos animais, que se identifica com os valores da Pedrigree expresso em suas campanhas em prol da adoção.

Ou um agente de serviço voluntário que se identifica com as ações sociais nas quais a Petrobras expressa seus valores voltados à sustentabilidade.

 A era do Marketing 3.0 e seu reflexo no UX

No marketing 3.0 vemos as empresas mudarem a abordagem do Marketing 2.0 centrada no consumidor para a abordagem centrada no ser humano. Nesse contexto os principais aspectos que definem essa nova tendência são:

• Personalidade da marca > ter um DNA autêntico e ações condizentes
• Cocriação > Crowdsourcing, colaboração, rede de inovação
• Comunização > Validação social, compartilhamento e relacionamento entre os consumidores

A partir destes pontos observados nas tendências do marketing já podemos especular os reflexos que teremos ao trabalhar com as novas características e dinâmica deste relacionamento entre empresa e clientes.

O User Experience precisará encontrar formas de transmitir a essência e valores das marcas por meio das interações com seus usuários. Surgem aí novos princípios que vão além de uma experiência apenas agradável ou eficiente. A experiência precisará ser significativa também no sentido de expressar intrinsecamente mensagens subliminares que engajem as pessoas e mexam com aquilo em que acreditam.

Para fechar o post em clima de interações inovadoras e futurísticas, fica aí o segundo vídeo da série “Day made of Glass” 😉