Que o mobile entrou de forma expressiva e tem aparecido com soluções em todas as áreas e segmentos não é novidade. E o mercado agrícola não ficou para trás, os aplicativos para agronegócio ainda são uma forte tendência no mercado digital.
Produtos e soluções focados no potencial que esse mercado oferece tem se destacado em várias startups que buscam inovar dentro de um cenário onde oportunidades e necessidades não faltam.
Com o contínuo avanço da tecnologia, mobilidade e internet na zona rural, mais produtores e usuários estão usando smartphones e tablets como ferramentas de trabalho no campo. Esse ciclo movimenta a economia fazendo as empresas especializadas em desenvolvimento de aplicativos e até mesmo as próprias empresas rurais buscarem auxílio para desenvolver aplicativos e sistemas voltados à melhoria e otimização de processos no agronegócio.
Hoje encontramos diversos aplicativos que auxiliam e muito a vida dos usuários e trabalhadores do campo. Alguns deles ajudam no monitoramento remoto das máquinas agrícolas, outros fazem análises sobre nutrição dos animais, outros com foco na fertilização, geolocalização, sementes, enfim, tudo para facilitar e otimizar o setor gerando mais tempo e recursos para seu desenvolvimento.
Isso sem falar da entrada da Internet das Coisas. Com o IoT no agronegócio muitas possibilidades de melhoria se abrem mediante a disponibilidade de dados significantes e em tempo real. O acesso a essas informações combinado com os conhecimentos e experiência dos profissionais no processo permitem melhores tomadas de decisão e um uso mais eficiente dos recursos.
Trabalhando em um contexto diferente de experiência do usuário
Diferente do perfil de usuário que geralmente os produtos B2B costumam atender, maior parte das vezes o público alvo de soluções agro e aplicativos para agronegócio envolve cenários mais extremos de uso. Seja pelo perfil de seus clientes pouco ativos ou recém chegados no universo digital ou pelas limitações de contexto, como ambientes inóspitos, expostos a intempéries e com baixa conectividade.
Nesse caso o segredo é realmente entregar soluções que prezam experiências simplificadas e práticas para uso cotidiano (veja aqui em que consiste uma boa experiência do usuário). Levar em consideração as rotinas dos usuários e entender onde a tecnologia com seus aplicativos e sistemas entram dentro deste contexto é essencial. Ao projetar esse tipo de solução não deixe de verificar algumas questões:
- Entenda como esses usuários resolviam/resolvem o problema em questão quando não contavam com tecnologias para isso. Conheça a fundo as rotinas e jornadas do processo como um todo e não somente a parte que diz respeito aos seus requisitos funcionais e técnicos (muitos bons insights ou observação de novas oportunidades podem vir daí).
- Verifique se a sua solução apresenta benefícios suficientes para ele deixar de fazer da forma como está acostumado. A resistência a novas soluções sempre existirá em maior ou menor grau. Justamente por isso é preciso que esteja claro que a vida desses indivíduos ficará muito melhor com seu produto e como você pretende fazer isso.
- Conheça a fundo as características e limitações daqueles que utilizarão seu produto. O pessoal está acostumado a usar que tipo de soluções? O que ele já conhece ou tem familiaridade? Usar convenções e recursos que remetam a coisas familiares sempre pode ajudar no engajamento inicial.
- Ofereça atalhos, facilite as tarefas repetitivas que costumam ser as mais recorrentes e “chatas” no dia a dia de uso dos softwares, principalmente naqueles que trabalham com gestão e acompanhamentos diários.
Um universo distante de designers e desenvolvedores
Já tivemos na Catarinas algumas experiências recentes de projetos de interface para sistemas/ aplicativos para agronegócio e podemos dizer que certamente existe um universo bastante distante do que geralmente costumamos trabalhar nas soluções “urbanas” e “empresariais”.
Nestas oportunidades ficou clara a “indispensabilidade” do acesso às pesquisas com usuários reais que pudessem compartilhar suas visões de mundo e “dores” conosco. Primeiro porque fica praticamente impossível saber o que priorizar e como agrupar de forma coerente as informações nas telas sem esse viés de alguém que está lá vivenciando as tarefas (já que não conseguimos fazer muitas conexões com nossas bagagens ou referências por ser um universo bastante particular e distante do dia a dia tecnológico/startupeiro).
Segundo porque o modelo mental de quem vai usar (leia aqui sobre personas) pode variar muito em relação aos perfis típicos das soluções empresariais/B2B, dificultando o exercício do “e se eu fosse o usuário” por mera falta de convivência com o meio (diferente de outros universos que estamos acostumados).
A diversidade dos aplicativos para agronegócio
Para mostrar a diversidade de aplicativos para agronegócio, trazemos aqui alguns exemplos de ‘agro-apps’ com algumas referências interessantes de funcionalidades e interfaces.
Agriness S2
Sistema para gestão integrada para toda produção da cadeia suína.
Caderno de Campo Paripassu
Sistema para controle total das atividades do campo.
Adama Alvo
App para prevenção de pragas.
Jetbov
Sistema de gestão para pecuária de corte.
AgraScout
Aplicativo para monitoramento de plantações.
Leigado
Sistema para gestão de propriedades leiteiras.
Roundup Ready Plus
Sistema para recomendação e gerenciamento de inseticidas e pesticidas.
AgriFin
App para estudo de finanças de agronegócios
SeedStar Mobile
Coleta e monitora os números da população de sementes, espaçamento, variedade, qualidade e velocidade de crescimento das plantações.
Connected Farm Fleet
Aplicativo para monitoramento de frotas.
Agroptima
Aplicativo para gerenciamento de fazendas.
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Esse case foi acompanhado e relatado por:
UX Strategist, palestrante, facilitadora e mentora com mais de 15 anos de experiência em UX.