Eu inovo, tu inovas, quem inova?.
Eu inovo, tu inovas, quem inova?.

Eu inovo, tu inovas, quem inova?

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Nos últimos tempos, a palavra da moda em Design é inovação. Utilizado em contextos dos mais diversos – muitas vezes inadequados – o termo acaba por perder seu significado original, tornando-se, em alguns casos, apenas um chamariz para a oferta de produtos ou serviços. Nem tudo é inovação, é claro, e saber utilizar o termo com propriedade faz uma grande diferença. Posto isso, vejamos o que uma rápida passada de olhos pelo dicionário nos revela:

I.no.var
(Latim innovare)
1 Fazer inovações, introduzir novidades. 2 Produzir algo novo, encontrar novo processo, renovar: Inovar a execução de um trabalho. 3 Introduzir (palavras) pela primeira vez em uma língua.

E – voilà – eis que encontramos a chave de nossos problemas: inovar, no sentido mais puro da palavra é apenas lançar novas ideias, introduzir novidades, produzir algo novo. Ora, uma boa quantidade de novas soluções e produtos aparecem diante de nossos olhos todos os anos. Mas será que no âmbito dos negócios inovar é só isso, apresentar mais e mais novidades? As perguntas que ficam são: quantas destas novidades perduram, quantas atendem de fato às expectativas do mercado, quantas despertam o desejo dos usuários, quantas podem ser efetivamente produzidas?

Tive a ideia, há algum tempo, de um sistema de buscas que ao invés de trazer imagens a partir da entrada de termos ou títulos, traria termos ou títulos a partir da entrada de imagens. Exemplo: um indivíduo precisa descobrir a autoria de uma obra de arte que fotografou rapidamente quando passou por um museu. Em minha solução “inovadora”, bastaria que ele entrasse com o arquivo da imagem e o sistema se encarregaria de escaneá-la e decodificá-la, informando o nome da obra, o nome do artista, bem como os dados técnicos, como estilo artístico, etc. Mas, será que isso é inovação?

Vamos entender, então, no que consiste inovar:

Inovar é ser desejável

As pessoas querem realmente esta novidade que está sendo lançada? Suas vidas serão beneficiadas com a ideia? Será que as pessoas desejam um buscador de informações sobre imagens? Se ninguém tem interesse em um novo produto, logo não há motivo para sua existência.

Inovar é ser factível

Digamos que uma ideia seja estupenda e que, com base em pesquisas, descubra-se que ela poderá fazer a diferença no cotidiano das pessoas, despertando seu desejo de consumo/uso. Agora, será que é possível pôr a novidade em prática? As tecnologias existentes darão conta do recado? Vale a pena desenvolver uma nova tecnologia para tanto? Alguém se habilita a me ajudar com a tecnologia do buscador de informações sobre imagens?

Inovar é ser viável

Vamos e venhamos, ninguém quer investir milhões em um negócio fadado ao fracasso. A ideia precisa ser coerente no sentido financeiro da coisa e tanto sua produção quanto sua comercialização precisam ser viáveis. Quanto dinheiro seria necessário para pôr em prática a ideia do buscador de informações sobre imagens?

Conclusão

Inovar é a soma de desejo, factibilidade e viabilidade. Bem mais do que a simples introdução de novidades proposta pelo dicionário e pelo conhecimento comum.

Eu inovo, tu inovas, quem inova? “Todos devemos inovar” 😉

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Eu inovo, tu inovas, quem inova?
14 jun 2012

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