Muito felizmente vemos hoje um interesse cada vez maior dos desenvolvedores em relação ao tema “experiência do usuário” e nas questões relacionadas às necessidades das pessoas que irão utilizar seus sistemas. Não muito tempo atrás a interface não era alvo de preocupação para quem trabalhava focado no back end, afinal esse era o trabalho dos front ends e designers. Além disso ainda viviámos em um tempo onde o design entrava como uma “camada de perfumaria” no final do projeto, o que com a maturidade e evolução do mercado tem mudado a cada novo dia 😀 (para nossa alegria).

Trabalhar com UX não é mais algo exclusivo de designers (dá uma olhada nesse post sobre como sobreviver sem designers no seu time), com as metodologias ágeis e lean que altamente incentivam o trabalho colaborativo, sabemos que o processo passa a contar, e muito, com a visão do pessoal de tecnologia, negócios e diversas outras áreas na construção de soluções muito melhores!

Por que UX?

Já parou para analisar a quantidade de soluções, sistemas e apps disponíveis que existe para cada área, funcionalidade, necessidade ou mercados que temos hoje em dia? (Já fica a dica sobre como se destacar dos concorrentes com UX nesse post).

Se antes tínhamos gerenciadores financeiros como este exemplo abaixo e isso era satisfatório para o cliente, muitas vezes por falta de opções melhores, hoje temos diversos outros que resolvem o mesmo problema de maneira muito melhor, mais eficaz, mais fácil e principalmente de forma mais agradável e satisfatória para o cliente. (Veja aqui alguns sinais de que você pode estar precisando urgentemente rever seu sistema enquanto é tempo).

Mas o que exatamente faz uma solução gerar uma experiência melhor do que outra?

Costumamos resumir a explicação do conceito de UX com a “pirâmide das boas experiências” abaixo (como também explicamos mais detalhadamente neste outro post aqui):

// UTILIDADE

No que diz respeito a utilidade, você só sabe ao certo o que é realmente útil quando conhece de verdade (e de perto) a dor do usuário, conhecendo assim exatamente o que ele quer/precisa, mesmo quando nem ele próprio sabe ainda. Esse é o ponto base de uma boa experiência, que geralmente se relaciona a proposta de valor das empresas e produtos.

// USABILIDADE

O que sempre falamos no segundo faixo da pirâmide é: não adianta de nada ter a melhor proposta de valor se as pessoas NÃO CONSEGUIREM acessar sua solução, se houver barreiras na sua interface que impossibilitem as pessoas de alcançarem o que querem e precisam ao utilizar o produto. Usabilidade = facilidade de uso!

// DESEJABILIDADE

O ponto alto de uma boa experiência, que a diferencia significativamente das demais é o quanto as pessoas se sentem “felizes” enquanto interagem, o quanto se sentem atraídas e satisfeitas durante o uso. As formas de atingir esse efeito vão desde os aspectos visuais/gráficos do layout até questões emocionais quando você antecipa algo e surpreende positivamente seu cliente.

Mas na prática, o que seria “fazer UX design” no meu dia a dia?

Ok, você já sabe qual é a lógica para chegar a boas experiências em seu produto. Mas como concretizar isso? Como alcançar esses tão desejado bom resultado?

UX DESIGN = PROCESSO CENTRADO NO USUÁRIO

Detalhamos o processo integrando DEVs + DESIGNERS nesse infográfico aqui, vale conferir. De qualquer forma, em linhas gerais, diria que você deve passar pelos seguintes momentos de projeto:

/ CONVERSE COM USUÁRIOS

• Pesquise e entenda quem é seu usuário e suas necessidades

• Valide e teste essa ideia para ver se o que você pensou ou gerou de conceitos faz mesmo sentido

/ ORGANIZE AS INFORMAÇÕES

• Construa e organize o conteúdo e elementos das telas de acordo com o modelo mental (como as pessoas veem o mundo) desse usuário

• Utilize conveções e metáforas que esse público já está acostumado sempre que possível

• Não reinvente a roda, inovações nunca vistas antes em termos de arquitetura da informação só justificam se forem absolutamente incríveis (mesmo assim faça testes de usabilidade antes de lançar)

/ TENHA UM VISUAL COERENTE E AGRADÁVEL

• Aplique um “conceito visual” (cores, fontes, texturas) que esteja alinhado com os valores/mensagens que você deseja transmitir e com a linguagem adequada a esse público alvo

• Faça uso de elementos visuais para dar dicas e indícios de como funcionam as coisas

/ O CÓDIGO TAMBÉM INFLUENCIA O UX

• Otimize o que for possível para deixar tudo mais rápido e transmitir a sensação de eficiência e agilidade

• Dê feedback para TUDO, não deixe o usuário sem saber o que está acontecendo por trás dos panos

• Torne as interações e transições visíveis e suaves como mais um elemento de melhorar a percepção e detalhes da experiência de uso

Como você pode perceber, não é preciso ser designer para pensar na maioria desses passos acima. Boa vontade, sensibilidade e empatia é o combustível chave, independente da sua área de atuação.

O ponto de partida é se interessar pelo assunto e por pessoas, se você conseguir contemplar pequenas atividades colocando seu usuário no centro das atenções, pensando do ponto de vista dele etc, já estará em um bom caminho.

Bons motivos e argumentos para você, dev, trazer a visão do UX para sua vida

1) Criar e desenhar sistemas não é sobre VOCÊ, é sobre o seu usuário

Pare de achar que fazer soluções baseadas no que você ou seu time de devs pensa será suficiente. Sério, foi-se o tempo onde qualquer coisa servia, que bastava pensar em boas e várias funcionalidades legais e jogar lá as interfaces de qualquer jeito! Aquele tempo onde o máximo de recursos e funcionalidades das mais complexas possíveis significava que você estava arrasando, também já era. Pare de desenhar sistemas para VOCÊ e comece a criar para SEU USUÁRIO.

2) Melhores resultados, mais eficiência, bons feedbacks = clientes felizes

Se você programa pensando no seu usuário, seus resultados serão infinitamente melhores (e aparecerão mais rápido). Como uma das premissas de trabalhar com UX é ter contato com as pessoas que irão utilizar o sistema, pense em quantos feedbacks e direcionamentos você terá acesso. E pense no quanto melhor serão seus projetos com isso. Soluções melhores e clientes mais felizes tornarão seus dias mais recompensadores, você sentirá na pele a satisfação que é fazer algo realmente legal e útil para as pessoas.

3) Economize tempo programando coisas inúteis e evite desperdícios com mudanças de escopo somente depois de meses de trabalho

Sabe aquele código incrível que você cria e organiza com todo carinho, seguindo as melhores práticas possíveis? Onde organiza e escreve com a melhor semântica do mundo? Pois é, ele não serve para nada e não agrega valor nenhum se não tiver utilidade ou resolver algum problema real de seu cliente. (Esse case do Koper mostra um pouco como entramos na realidade/universo do cliente para identificar funcionalidades mais adequadas). Se você incorpora o UX no seu dia a dia, você vai descobrir rapidamente o que é útil ou não, vai saber o que precisa mudar ou pivotar muito antes de perder meses de sua vida codificando coisas aleatórias que seu time ou chefe achou que seria interessante.

4) Processos e metodologias colaborativas

Designers adoram trabalhar em atividades em equipe, juntar uma roda de pessoas e uns posts its rendem ideias e insight fantásticos! Essa visão de trabalhar colaborativamente se aplica hoje em várias metodologias famosas do momento, como o design thinking, metodologias ágeis, lean ux, lean startup..

É fato que juntando diferentes visões o processo e os resultados ficam muito mais ricos! Muitos métodos e processo de UX prevêm esses momentos co-criativos, com clientes, devs, usuários, stakeholders no geral, e essa é uma excelente filosofia de trabalho para se levar para o dia a dia. (Dá uma olhada nesse case do Mettzer que contou com participação de devs e designers).

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Se você ainda desenvolve sistemas e toma decisões de projeto focando apenas nos recursos tecnológicos disponíveis, por mais modernos que eles possam ser, ou em uma lista de requisitos que alguém inventou aleatoriamente, está na hora de rever seus conceitos. UX também é sobre aumentar o lucro do negócio!

Produtos hoje são avatares de um serviço ou benefício que está sendo entregue para um cliente, e se você não se conscientizar e fazer algo para atender necessidades reais, sua concorrência certamente irá fazer!

Confira também cases práticos de projetos de UX na Catarinas