Todo projeto parte de uma necessidade, seja ela percebida ou não pelo usuário. E para atender esta necessidade de maneira satisfatória você precisa entendê-la.
Em uma abordagem centrada no usuário, segundo Preece (2005), trabalha-se com o foco nos usuários e nas tarefas desde o princípio, que na prática significa entender o perfil desse público estudando diretamente suas características cognitivas, comportamentais, antropomórficas e suas atitudes.
“User centered development process shifts from focus on the way the product is made, to how the product is used.” – Mike Kuniavsky “Observing the User Experience”
Informações que podemos obter observando estes usuários em suas tarefas cotidianas, estudando a natureza destas tarefas e envolvendo-os no processo de design. A ilustração abaixo dá uma boa ideia de como lidar com isso.
O grau desse envolvimento é relativo ao quanto tempo e recurso você tem disponível
Então por onde começar?
1) Comece descobrindo qual o objetivo e requisitos do projeto.
Qual o problema a ser resolvido? O que se espera alcançar? Quais pontos devem ser considerados?
- Por exemplo: “Queremos que os usuários aprendam a utilizar um aplicativo X de forma fácil e rápida.”
2) Ok, você já sabe qual é o foco principal, agora descubra quem é seu usuário, qual o perfil destas pessoas?
Parametrize da maneira que fizer sentido em seu contexto: idosos/crianças, executivos/engenheiros, pessoas com pouco tempo/pessoas em momentos de lazer, mães de primeira viagem/ solteiros bem sucedidos, enfim, defina um perfil estereotipado claro de pessoas seja lá qual for.
- No nosso exemplo hipotético: “Senhoras idosas recém familiarizadas com o mundo digital.”
3) Estude, pesquise, descubra e entenda como pensam estes usuários.
Qual seu modelo mental? De que forma eles percebem o mundo? Como eles interagem com o digital? Qual linguagem estão familiarizados?
- Nosso perfil de usuário exemplo não é nativo digital, modelo mental da geração “baby boomers”, possivelmente possuem dificuldade visual e de manejo de precisão, no geral tem dificuldade de absorver novidades tecnológicas. Metáforas de objetos cotidianos típicos nesse caso poderiam ser bastante úteis.
Norman em seu livro O Design do Dia-a-Dia afirma que os modelos mentais que criamos resultam de nossa tendência a formular explicações para as coisas. Esses modelos são essenciais para a compreensão de nossas experiência e também torna possível prevermos resultados a nossas ações e lidarmos com ocorrências inesperadas.
Definição de modelo mental de Donald NormanNesta etapa fundamental de pesquisa do projeto que dá a base e argumentos para as soluções proposta, inúmeros recursos e ferramenta de UX (muitas delas provenientes do marketing) estão disponíveis para auxilia-lo na viagem à mente do usuário. Algumas delas: personas, questionários, entrevistas, focus group e diversos outros (Confira nesse post do Webinsider uma lista descrevendo alguns desses entregáveis).
Moral da história
Entender o paradigma do seu usuário é essencial pois ele provavelmente será diferente do seu ou de sua equipe. Sem pesquisa alguma tem-se grande chance de cair na lei do menor esforço em tentação e fazer um projeto baseado no que funciona para você, no que seu cliente acha mais bonito ou no que o desenvolvedor achou mais prático.
Confira também nosso ebook com cases práticos onde fora aplicados métodos e ferramentas do user experience design!
Esse case foi acompanhado e relatado por:
UX Strategist, palestrante, facilitadora e mentora com mais de 15 anos de experiência em UX.