O termo “UX design” tem aparecido associado a produtos legais e modernos, principalmente no universo de startups ou empresas que trabalham com inovação. O selo de “um bom UX” ou seja, uma boa experiência do usuário é algo bacana de ser ter ou de se querer para seu produto, afinal a maioria das empresas já entendeu que “isso não é sobre você”, é sobre o que o SEU USUÁRIO precisa ou deseja.
Já falamos nesse outro post qual é a diferença entre “design de interação” e “user experience design”, e também já publicamos um infográfico super legal que aborda esses conceitos (inclusive o de usabilidade) e dá ótimas dicas de porque isso pode ser útil para o seu negócio.
Vamos recapitular um pouco o conceito do tal do “UX design” segundo alguns autores:
“UX Design é uma abordagem para resolver problemas de forma interdisciplinar, holística e direcionada a um profundo entendimento do comportamento, cognição, capacidades, desejos e contexto humano.”
Essa parte do “profundo entendimento” é o ponto chave para você pensar em experiências de qualquer tipo, seja no que diz respeito a produtos digitais/físicos, nos aspectos que permeiam o campo do branding ou qualquer outro tipo de serviço que busca esse “quê” a mais.
Interdisciplinar e holístico
UX é um conceito que envolve vários aspectos da relação entre a empresa/produto e o cliente/usuário e isso ao longo de vários pontos de contato diferentes, onde o cliente soma informações vindas por diferentes canais e momentos e no final ele tem uma percepção global sobre sua experiência com essa empresa.
“O User Experience, abrange todos os aspectos da interação do usuário final com a empresa, seus serviços e seus produtos”. [NN/g – Nielsen Norman Group]
Essa jornada não acontece de uma única vez e pensar em propiciar boas experiência significa ter consciência de tudo que acontece em cada ponto e trabalhar focado em melhorá-lo de maneira que ao final você terá muitos pontos incríveis e satifstatórios impregnados na mente do cliente.
O que (sozinho) NÃO É experiência do usuário
Levando em consideração as definições acima, sabemos que muito suposto trabalho de UX design que rola por aí não é exatamente o que manda o figurino.
Algumas coisas que isoladas não caracterizam a experiência do usuário:
1. DESIGN VISUAL | Desenhar telas bonitas no Photoshop
Acredite, o fato de uma tela estar visualmente bem resolvida não significa que você está projetando algo focado em propiciar boas experiência, significa talvez que você está fazendo um bom design de interface, um bom design gráfico..
2. USABILIDADE | Fazer algo super simples/fácil e achar que isso é tudo
Usabilidade é essencial, mas supondo que você esteja fazendo funcionalidades que não são úteis ou simplesmente não interessam, não faz diferença o quanto isso é fácil de usar
3. PESQUISA COM USUÁRIOS | Não saber para quem está projetando ou o que esse usuário realmente precisa
As vezes uma ideia é excelente, mas quando direcionada para o público alvo errado, que não tem essa necessidade ou não percebe o valor, você está disperdiçando seu tiro.
4. PROPOSTA DE VALOR INVENTADA | Aquela ideia mágica que só você teve
Aquele produto que leva anos para ser criado e ficar “perfeito” dentro de uma empresa, mas que teve contato ZERO com as dores dos usuários.
RESUMINDO: 3 PONTOS BÁSICOS DE UMA BOA EXPERIÊNCIA
Em outras palavras, de forma bastante objetivo podemos resumir o que qualifica uma boa experiência, conforme a “pirâmide da boa experiência” abaixo:
1. Base da pirâmide: Utilidade | Preciso disso?
O ponto de partida básico de qualquer produto em uma experiência significante para um usuário é que esse produto precisa servir para alguma coisa. Essa é a base da pirâmide, começar com um propósito de solução claro sobre uma dor/problema que o usuário possui. Seu usuário realmente PRECISA desse produto que você oferece?
Relacionado com: Modelo de negócio, proposta de valor, funcionalidades…
2. Meio da pirâmide: Usabilidade | Consigo usar?
O segundo ponto é que não adianta nada ter funcionalidades incríveis se o user não conseguir usufruir delas. Nesse ponto entra a USABILIDADE, ou a facilidade de uso. Imagine ter a melhor sacada de solução do mundo, a melhor proposta de valor, mas ao interagir com a interface a pessoa se depara com uma barreira de acesso que impossibilita que ela aproveite feliz das funcionalidades. Você permite que o usuário CONSIGA USAR o seu produto FACILMENTE?
Relacionado com: Arquitetura da informação, adequação da linguagem (labels) com o público, modelos mentais…
3. Topo da pirâmide: Desejabilidade | Quero usar?
E por fim, a cereja do bolo das boas experiências é aquele poder de atração das soluções incríveis. O efeito que gera satisfação, surpresa e encantamento nas pessoas quando utilizam um produto realmente excelente. Esse efeito “uau” se concretriza de várias formas, passando por todos os faixos da pirâmide, desde a assertividade da solução, a facilidade de uso, a comunicação, as respostas e “humanidade” do tratamento do sistema, o layout agradável/amigável que serão responsáveis por gerar uma “totalidade de percepções” que irão tocar o coração desse usuário. Seu produto desperta esse efeito “QUERO MUITO usar” nos potenciais e atuais clientes?
Relacionado com: Estética do produto, interação e feedback, marketing, comunicação…
Experiências sempre serão algo individual, interno e intransferível. Sabemos que “boas experiências” não podem ser projetadas, mas cabe a você designers, dev, ou “pai da criança” deixar tudo preparado e propício para que essas boas experiências aconteçam, e é ai que entra o UX Design 🙂
Confira também nosso ebook sobre como melhorar a experiência na jornada do usuário:
Esse case foi acompanhado e relatado por:
UX Strategist, palestrante, facilitadora e mentora com mais de 15 anos de experiência em UX.